"Jovem coloca fotos em rede social e atrai assaltantes"
"Hacker invade Facebook de Mark Zuckerberg e divulga fotos"
Duas coisas a saber e uma lição a aprender. O Facebook não é menos protegido que outras redes sociais, mas é mais inseguro. Explico: as barreiras de proteção no Facebook estão acima da média, mas porque ele é a maior rede social (mais de 12% da população mundial tem uma conta), ele naturalmente atrai mais criminosos do que qualquer outra rede, o que o torna mais inseguro. São Paulo tem mais ladrões do que Ilha Grande porque tem mais pessoas e riquezas e, logo, é um destino mais atraente para os criminosos. A mesma lógica vale para a internet. O Internet Explorer é usado por mais gente do que o Opera, e logo atrai mais criminosos que tentam descobrir suas falhas. As redes sociais funcionam na mesma lógica. Uma rede social constituída de você e sua namorada não vai atrair tanta atenção porque o custo de pesquisar e encontrar as vulnerabilidades do sistema não compensam os potenciais benefícios. Mas quando você tem 850 milhões de alvos em potencial, passa a valer a pena cometer crimes ali (já vimos aqui que o Facebook tem 7 contas violadas por segundo).
Se você é uma pessoa pública, você é de imediato um alvo mais atraente do que a maioria. Se você coloca na rede algo que vai atrair mais atenção, você também se torna um alvo mais atraente. A lógica é a mesma em ambos os casos: se você é uma pessoa pública, é mais provável que os criminosos saibam mais a seu respeito e você se torna um alvo mais fácil. Se você usa uma rede social para dizer o que tem, você informa aos criminosos que você é um alvo atraente. Ele não precisa primeiro cometer o crime para depois descobrir se valeu a pena ou não. Em ambos os casos, a lógica é a mesma: você reduz o custo de obter informação que todo o criminoso incorre. Quanto menor o custo para o criminoso, maior é o benefício que ele irá tirar do crime.
Sua melhor proteção é não colocar online nada que não queira ver divulgado.