Por que as pessoas discriminam?
Há duas razões diferentes. A primeira é a típica do racismo e da intolerância e os economistas a chamam de animus. Ela é gerada pelo desejo de ferir certos tipos de pessoas, mesmo que isso prejudique financeiramente quem está discriminando. O segundo tipo é a discriminação estatística, e não tem nada a ver com preconceito ou racismo, mas apenas estatísticas. Por exemplo, se as mulheres têm menos probabilidade de serem negociadoras persistente do que os homens quando estão comprando um carro usado, o comerciante fará uma oferta inicial mais alta a elas. Não porque o comerciante odeia mulheres, mas porque ele pode ganhar mais dinheiro com base nas estatísticas da situação.
Por que existem alguns grupos que são mais propensos a serem vítimas de discriminação?
Hoje, as pessoas mais propensas à discriminação são aquelas que têm uma posição fraca na sociedade. Nosso trabalho indicou que pessoas com deficiência recebem cotações mais altas de oficinas mecânicas não por causa de sentimentos negativos em relação a elas, mas porque é rentável para as oficinas mecânicas.
Na primeira fase de nossa pesquisa, os deficientes receberam cotações de preços mais altas, mas quando pedimos aos deficientes mencionarem aos mecânicos que estavam obtendo outras cotações, os valores caíram, nivelando-se ao preço oferecidos ao resto da população.
O que pode ser feito para prevenir a discriminação?
As políticas públicas mais recentes concentram-se no nivelamento. Se pessoas com deficiência têm problemas para acessar edifícios, então elas acabam sendo exploradas por vendedores ou empregadores que presumem que pesquisar preços é mais difícil para elas. Nos EUA isso levou à aprovação de leis que obrigam todos os edifícios a serem acessíveis às pessoas com deficiência. Da mesma forma, as leis sobre licença maternidade e paternidade têm procurado tornar homens e mulheres igualmente atraentes para os empregadores.
Qual sua opinião sobre leis que estabelecem tratamento prioritário ou quotas?
Quando a discriminação animus [gerada pelo ódio e preconceito] era comum, elas tiveram um papel importante. Interação forçada humaniza membros de outros grupos e reduz a discriminação gerada pela intolerância ou ódio. Mas esse tipo de discriminação hoje é menos relevantes nos EUA e o papel de políticas como ação afirmativa se tornaram menos relevantes.
Existem vários grupos que são alvos de discriminação. Há como prioriza-los racionalmente?
Podemos, por exemplo, estimar a penalização salarial para tipos semelhantes de pessoas que diferem apenas por gênero, raça, deficiência, etc. Mas acho que essa é uma escolha melhor feita pelos eleitores, nas urnas.
Qual é a eficiência do uso de leis para resolver ou minimizar a discriminação?
Essa é uma pergunta realmente difícil de responder. Simplesmente há pouca pesquisa nessa área. Além disso, é difícil correlacionar diretamente legislação com eficiência.
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Sobre o trabalho mencionado na entrevista acima: Toward an understanding of why people discriminate